FESTIVAL DE TEATRO DE CURITIBA










A Ingênua" é a nova produção da Cia. de Santa Catarina que completa uma trilogia não-planejada sobre "mulheres alteradas".

Primeiro foi "Helena" - a esposa neurótica de Bodas...(um ato cotidiano) que participou do FRINGE/2004 - depois veio "Medéia" - a esposa/mãe que transforma seu amor em ódio para se vingar do marido - e agora é a vez dessa Ingênua - uma mulher que está atrás de uma vida que não lhe pertence mais. Com os dois primeiros espetáculos a Cia. recebeu vários prêmios nos principais festivais competitivos do Brasil (Pindamonhangaba, São José dos Campos, Florianópolis) e viajou por vários países (Portugal, Venezuela, Chile, Paraguai e Argentina), agora espera fazer o mesmo circuito com esse novo trabalho, a começar pelo FTC/FRINGE em Curitiba.

"Estou cansada de interpretar neuróticas, psicóticas, insanas, desesperadas, vingativas, sofredoras... mas por outro lado, fico me perguntando: : personagem equilibrado, saudável, bem resolvido, ...dá teatro? Dá uma boa dramaturgia? Dá uma boa peça? É claro que não! Os dramas e as tragédias se apoiam no aprofundamento dos conflitos e das emoções. E a comédia, nossa nova empreitada, segundo Henry Bérgson, consiste justamente no desvio de caráter. Então optamos por essa personagem que é uma "alterada" divertida para fechar a trilogia." - define Denise da Luz que interpreta uma atriz especialista em papéis de ingênua na sala de espera para uma audição.

Max Reinert dirige a Téspis Cia. de Teatro desde 1998 e já está habituado a falar sobre o universo feminino. "Como o trabalho da Cia. está centrado em uma busca a logo prazo e a parceria com Denise já existe desde 1993, acabamos por optar por temáticas/espetáculos que tragam a presença de mulheres em conflitos marcantes. Nosso trabalho se apóia sobre a construção de trabalhos que privilegiem emoções fortes, lugares por onde a alma feminina está acostumada a transitar. Nesse novo trabalho a novidade é o humor presente na cena... deixamos a tragédia de lado e fomos explorar as situações patéticas que existem no mundo, sem cair na banalidade."

A possibilidade de ser uma Cia. independente e vivendo no interior do estado de Santa Catarina é uma das razões que possibilita fazer um trabalho sem apelações ao "teatrão comercial". Além da produção da Téspis, Max Reinert sobrevive fazendo trabalhos de direção para outros grupos de teatro como diretor convidado. No momento ensaia um trabalho na cidade de Rio Negrinho e dirige o espetáculo FOTOMATÓN em Curitiba com a Alameda Cia. Teatral.
O convite partir do também diretor Cristóvão de Oliveira que estava com vontade de retornar à cena em um trabalho solo. A convivência com textos do dramaturgo venezuelano Gustavo Ott e trabalhos anteriores realizados entre eles foi o mote para inscreverem o projeto no edital do Teatro Novelas Curitibanas. A seleção de Fotomatón como um dos cinco selecionados foi o passo que faltava para darem início ao trabalho instigante que estréia em abril.

A Ingênua estréia no Teatro Odelair Rodrigues (administrado pela Alameda) no dia 22 de março, integrando a programação do FRINGE.


SERVIÇO:

Espetáculo: A Ingênua, da Téspis Cia. de Teatro (SC)
Direção: Max Reinert

Onde: Teatro Odelair Rodrigues (Av Sete de Setembro, 2436 - Centro)
Quando: 22 e 23 (dom e seg.) de março - 21h e 24 e 25 (terça e quarta) de março - 18h
Quanto: R$ 20,00 (inteira) e R$ 10,00 (meia: estudantes, idosos e classe artística)
(o Teatro oferece convênio com o estacionamento Cetro Park, Rua João Negrão - 731)


SINOPSE:
Uma mulher espera... aguarda "pacientemente" para ser atendida em uma entrevista de emprego. Enquanto aguarda vamos conhecendo seus sonhos, seus desejos e suas expectativas. Ele faz o que deve fazer. Mas nem tudo é como imaginamos e a situação começa a mostrar outras realidades não tão simples quanto o que aparentava no início. Até onde essa espera nos levará?



A Companhia:
A Téspis Cia. de Teatro foi fundada em dezembro de 1993 com o objetivo de estudar o fazer teatral e aplicar tais estudos na montagem de espetáculos.
Uma das principais questões que sempre interessou a Cia. é a investigação do trabalho do ator como centro do processo criativo e a pesquisa no campo da animação de bonecos e objetos, mesclando estas linguagens na cena.
Sua formação na área teatral é autodidata. Participou de oficinas de formação com diversos profissionais brasileiros, argentinos, uruguaios, italianos e dinamarqueses. A partir de 1997 passou a participar de vários seminários ministrados pela Periplo, Compañia Teatral (Buenos Aires - Argentina), tendo inclusive realizado um estágio de três meses no El Astrolábio Teatro (seu centro de trabalho), que culminou na montagem do espetáculo “Bodas... (um ato cotidiano)”.
Nesses quinze anos de trajetória a Téspis montou doze espetáculos, realizou uma série de trabalhos institucionais e dirigiu outras produções para outros grupos teatrais e musicais. Com estes espetáculos, além de temporadas e circuitos, a Téspis participou de vários festivais nacionais e internacionais no Brasil, Chile, Paraguai, Venezuela e Argentina, conquistando mais de quarenta prêmios dentre outras inúmeras indicações.
A Téspis desenvolve ainda um trabalho de formação de atores, ministrando oficinas. Em Itajaí, manteve um curso permanente durante dez anos por onde passaram mais de mil e quinhentos alunos.

Hoje, a Téspis Cia. de Teatro mantém seu repertório apresentando os espetáculos “Lili reinventa Quintana” e "Histórias por Todos os Lados", além de ministrar oficinas e trabalhar em parceria, na direção e orientação de trabalhos para outros grupos.

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